Reunindo produtores rurais, empresários e representantes dos setores público e privado ligados à agroindústria acreana, foi realizado nesta sexta-feira, 5, no auditório do Sebrae/AC, o Seminário “Desafios e Perspectivas de Exportações dos Setores Agropecuário e Agroindustrial do Acre”. O evento foi idealizado e promovido pelo Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, em parceria institucional com Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), Sebrae/AC e a Grande Loja Maçônica do Acre (Gleac).
O principal objetivo do encontro foi promover debates e troca de experiências sobre o panorama da indústria local, trazendo para o centro da conversa palestras sobre tópicos como requisitos legais para exportações, o papel do corredor interoceânico e a importância das parcerias institucionais para o crescimento do setor com empresários, produtores e demais representantes da indústria local.
José Adriano, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) e do Fórum, ressaltou a importância estratégica do evento para o crescimento do setor sem depender exclusivamente de investimentos do setor público, destacando também o papel da colaboração entre diferentes agentes, como empresários, instituições e organizações para impulsionar o desenvolvimento da indústria local de forma sustentável e autônoma.
“Temos várias situações que mudaram nosso cenário nos últimos oito anos: a ponte do Abunã sobre o Rio Madeira, a necessidade de conclusão do anel viário de Brasileia e Epitaciolândia, o investimento chinês no Peru (porto de Chancay), entre outros. Ou seja, não podemos perder a oportunidade que estamos vivendo. Os gargalos que hoje enfrentamos, como necessidade de criação e potencialização dos laboratórios de alimentos; construção de pontes definitivas em concreto e aço na zona rural para a trafegabilidade segura no interior do Estado, devem ser colocados à mostra para as comunidades do agro e do setor industrial, que devem sempre caminhar juntos alinhando sustentabilidade ao desenvolvimento”, disse José Adriano.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Acre (Faeac), Assuero Veronez, destacou a relevância das exportações do agronegócio acreano para o mercado internacional, evidenciando o potencial do estado em fornecer produtos agrícolas e pecuários para girar as economias locais e globais.
“Nos últimos anos, houve uma mudança significativa nas exportações do Estado. Isso vem do avanço no plantio de soja e milho, e também da habilitação das carnes para o mercado internacional. A soja já é o maior produto de exportação do Acre, seguido de milho e carne bovina. É um novo cenário, e analisando esse cenário dentro da realidade geopolítica, temos a novidade que é a implantação de um porto chinês no Peru, lembrando que a China é o grande comprador de carne brasileira. A vocação do Acre sempre foi e continua sendo a agropecuária. Temos solos ricos, clima excepcional, vários fatores que colaboram para esse crescimento. Devemos incentivá-la e trazer tecnologia para o crescimento contínuo do setor. O Acre atualmente tem cerca de 15% de área apta a produzir, mas é possível intensificar a produção nesta área e obter resultados lucrativos”, afirmou Veronez.
André Müller, gerente de agronegócio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), enfatizou que a colaboração entre setores é fundamental para promover a inserção dos produtos agrícolas acreanos nos mercados internacionais: “Promover a cultura exportadora e apoiar os produtores e empresas está no DNA da Agência, e sabemos o quão importante a região Norte é para esse desenvolvimento. incentivamos as parcerias para o crescimento das cadeias produtivas e das exportações, principalmente no mercado internacional”, explicou Müller.
Também participou do evento o superintendente do Mapa no Acre, Paulo Trindade. De acordo com Trindade, “o Ministério tem papel fundamental na questão, pois é o órgão fiscalizador nas aduanas juntamente com a Polícia Federal e a Receita Federal. Essa iniciativa é extremamente positiva para o estado do Acre, pois vai incentivar nosso crescimento socioeconômico nacional e internacional”.
Júnior Damasceno, Grão-Mestre Maçom no Acre, destacou a importância da parceria com empresários para impulsionar a indústria agropecuária e agroindustrial do estado: “Nosso objetivo é unir tanto a Maçonaria quanto as classes empresariais. Produtores rurais e pecuaristas são unidos dentro da comunidade maçom, e em breve realizaremos um encontro internacional de negócios Brasil-Peru-Bolívia para pensar na geração de empregos dentro do setor.”
O ciclo de palestras incluiu ainda uma apresentação de Manoel Monteiro, representando a Central dos Extrativistas e Agricultores Familiares do Acre (Cooperacre), e de Carlos Ovídio Duarte, mais conhecido como Resende, para falar sobre as ações da Dom Porquito nos desafios do mercado internacional.