Por meio da Câmara Técnica da Construção Civil, seminário do Fórum de Desenvolvimento discute propostas de revisão de planilhas de preços
Terceiro maior preço do metro quadrado do país. Esta é a colocação do Acre no ranking da construção civil brasileira. Um estado que, segundo o presidente da FIEAC e da Câmara Técnica da Construção Civil do Fórum Permanente de Desenvolvimento, José Adriano, sempre esteve de fora da curva de todas as discussões que dizem respeito à elaboração das planilhas de composição de custo para o setor. Durante o Seminário Técnico de Revisão do Sinapi, realizado na tarde da última quarta-feira, 22 de maio, debateu-se a necessidade de se regionalizar as planilhas de custos de obras para a realidade acreana.
O evento, que teve sede no auditório da FIEAC, contou com a participação do consultor da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e gestor do projeto de revisão do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), engenheiro Geraldo de Paula; da engenheira orçamentista do Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon/PE), Luciana Andrade; do gerente executivo do Sinapi no âmbito da Caixa Econômica Federal (CEF), Mauro Castro; da coordenadora do Sinapi também no âmbito da CEF, Íris Luna Macedo; e do chefe do Departamento de Planejamento da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), Neyvo Ribeiro.
“Não temos a intenção de tentar reconstruir ou desconsiderar todo o trabalho que o Sinapi faz, mas, a partir da ausência de propostas de preços parametrizados de forma a serem respeitados por todos os órgãos, foi-se assumindo essa posição”, declarou Adriano. “Toda a sociedade precisa entender como se chega aos custos da construção civil. Nós passamos por dificuldades, os governos passam e nós vamos ficando com esse passivo. Se não colocarmos a mão na massa e não começarmos a discutir as nossas características regionais para que, então, com a ajuda de nossos palestrantes, consigamos fazer o convencimento com as fundamentações necessárias, não vamos sair do ponto em que nos encontramos”, continuou.
MAIS MODERNO – Geraldo de Paula reconhece que o Sistema já está defasado, carecendo realmente de reformulação. Ele informou que a primeira fase da revisão levou cinco anos para ser concluída. “Estamos, agora, iniciando o segundo ciclo deste projeto e a CBIC sempre teve participação nisso. A partir daí, o Sinapi oferecerá ferramentas modernas que se tornarão muito amigáveis para o usuário, facilitando muito a vida dos nossos orçamentistas e das nossas construtoras”, ponderou.
Para Luciana Andrade, os orçamentos devem ser justos, a fim de garantir lucro para as empresas. “É do orçamento que sai o emprego e a tributação. Temos que defender o interesse público, mas também o privado”, observou. De acordo com ela, existem, hoje, quase 7 mil obras paralisadas no país, devido a problemas com orçamentos. “Espero que isso seja um passo para o processo de mudança que o país precisa”, concluiu.
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