Quando fomos eleitos para presidir a maior instituição de representatividade do setor industrial no estado, a FIEAC, nossa maior bandeira foi o resgate da autoestima dos empresários. Sabíamos dos desafios, que não eram poucos. Temos muito a contribuir para o desenvolvimento e fortalecimento da economia acreana. Porém, submergidos por tantos gargalos, encontramos um setor produtivo realmente abatido e desmotivado perante a inúmeros obstáculos que vêm travando, ao longo dos anos, a geração de emprego, renda e riquezas em uma terra onde “em se plantando, tudo dá”.
Diante deste cenário e, convenientemente, no Mês da Indústria, é que lançamos a campanha “Reage, Indústria”, nesta semana. Já não era sem tempo, é verdade. Antes de chegar até este ponto, tentamos, enquanto instituição e de diversas formas, o diálogo com as mais variadas esferas em busca de apoio para a nossa causa. Um trabalho de formiguinha. Conseguimos apagar alguns incêndios, mas entendemos que, primeiro, era imperativo ajudar uns aos outros a sair deste estado de apatia. Precisamos reagir, literalmente, e assumir o papel de protagonistas desta luta, que não é apenas em benefício próprio, mas de toda a população.
Precisamos reagir, porque, ainda que com a melhor das intenções, temos plena consciência de que não conseguiremos lograr êxito sozinhos. Dependemos de ajuda. E, ainda que sejamos da esfera privada, faço aqui este reconhecimento aberto: precisamos de que os poderes públicos nos estendam a mão. Principalmente porque, em diversas situações, dependemos e ficamos à mercê de sua iniciativa.
Precisamos reagir, pois nos faltam as mínimas condições para exercer nossa atividade dignamente. Nosso Distrito e Parque Industrial, para nos atermos tão somente a nossa capital, estão completamente abandonados à própria sorte. O cenário é apocalíptico. Ruas esburacadas. Escuridão devido à falta de iluminação. Matagal invadindo propriedades e até as vias públicas. Residências irregulares construídas em áreas destinadas às empresas. Insegurança - são inúmeros os relatos de pessoas que já sofreram algum tipo de violência nessas localidades. Em virtude de tantos problemas, muitos empreendimentos foram abandonados, tornando o cenário ainda mais desolador.
Precisamos reagir, porque, além deste panorama, temos ainda um preocupante e extenso mapa de problemas para estender na mesa daqueles que podem nos ajudar. Queremos debatê-lo, estudá-lo, esmiuçá-lo e, principalmente, solucioná-lo. Sabemos que não é fácil. Nunca foi. Ser empresário no estado do Acre é ser taxado de louco. Mas é o preço que nos dispusemos a pagar para transformar esta terra em um lugar desenvolvido e de oportunidades para todos – e, assim, deixar de ser considerada uma eterna “economia do contracheque”.
Por isso, precisamos reagir. Porque ainda somos muitos. Porque geramos emprego. Porque geramos riquezas. Porque podemos, sim, ajudar o estado a crescer – e podemos crescer ainda mais juntamente com o estado. Porque ainda somos fortes e sabemos que, com a união de todas as esferas, essa força se torna imbatível. Temos muito a fazer. Temos muito a contribuir. Temos propostas a apresentar. Só precisamos de um ponto de apoio e moveremos este mundo chamado Acre. Reajamos todos junto conosco.
* José Adriano é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC)