Presidente do Fórum de Desenvolvimento e da FIEAC, José Adriano, explicou que a proposta câmaras técnicas é envolver todos os atores de cada segmento dentro de um único projeto
O Fórum Permanente de Desenvolvimento do Acre consolidou, nesta semana, dois importantes avanços em sua atuação. Na quinta-feira, 28, em solenidade na sede do Sebrae, foi instalada a primeira Câmara Técnica do Fórum: Economia Criativa e Turismo. Já na sexta-feira, 29, na sede da Federação das Indústrias (FIEAC), foram empossados os membros da Câmara Técnica da Construção Civil.
Instalado em abril do ano passado, o Fórum de Desenvolvimento é um espaço coletivo que reúne representantes de 13 instituições: FIEAC, Fecomécio, FAEAC, Sebrae, Federacre, governo do Estado, Embrapa, IBGE, Ufac, Amac, Caixa Econômica, Banco da Amazônia e Banco do Brasil. Trata-se de um ambiente onde setor empresarial e seus parceiros trabalham para impulsionar o crescimento sustentável do Acre.
Ao ser implementado, o Fórum teve como ciclo inicial o alinhamento de instituições, foi feito um ‘desenho’ para onde o Estado precisa caminhar e também houve foco nos setores estratégicos que precisam ser priorizados para acelerar a economia local. Ao longo desse período, outro importante avanço foi a criação do Observatório, ferramenta que reúne informações estratégicas para o setor produtivo do Acre. Já neste segundo ciclo, está previsto também a instalação da Câmara Técnica de Agronegócio, cujo os membros devem ser empossados em evento agendado para o dia 10 de abril.
Câmara Técnica de Economia Criativa e Turismo
Para a instalação da Câmara Técnica de Economia Criativa e Turismo, o Fórum de Desenvolvimento trouxe ao Acre o experiente professor doutor Alexandre Augusto Biz, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisador da área de turismo há 22 anos, ele fez uma abordagem detalhada do cenário do turismo no país e na Região Norte, apontando também alguns caminhos que o Estado pode percorrer para conseguir avanços no setor.
Em sua visão, alguns dos maiores gargalos no que diz respeito ao crescimento do turismo no Acre estão relacionados ao acesso aéreo e às poucas informações sobre os roteiros disponíveis para quem pretende visitar o Estado.
“Entretanto, com a mudança na legislação, que permite 100% de capital estrangeiro [em investimentos], somada à concessão dos aeroportos, a tendência é de que tenhamos mais voos, mais companhias aéreas e, portanto, uma melhoria no acesso, vindo voos de Brasília e de Manaus (que tem que ser um grande parceiro do Estado). Já a acessibilidade de informações é um gargalo muito mais fácil de ser resolvido. O turista necessita de algo como uma plataforma, por exemplo, como se fosse um supermercado, tendo possibilidade de pegar cada atrativo turístico e montar seu roteiro, além do que é oferecido nas operadoras”, salientou Biz.
O pesquisador ressaltou que vê o Acre com grande potencial. “O turista nacional e internacional tem buscado muitas oportunidades de viagens. Tem ‘fatiado’ elas ao longo dos meses, viagens curtas, conforme aponta a Organização Mundial de Turismo. As pessoas olham seus destinos pelas redes sociais, compartilham informações e buscam novas experiências. Tudo isso nós temos no Acre, sobretudo o lado cultural e ambiental. Certamente, a instalação dessa Câmara Técnica irá alavancar muito o trabalho feito pelos parceiros do Fórum de Desenvolvimento”, acrescentou.
Para a secretária Empreendedorismo e Turismo do Acre, Eliane Sinhasique, é de fundamental importância a instalação da Câmara Técnica desse setor. “Precisamos ter a participação da sociedade nas soluções que têm que ser tomadas por parte do governo do Estado com relação às políticas públicas necessárias para incrementação do turismo local. Ouvindo a sociedade, essa Câmara pode trazer muita contribuição nesse sentido para definirmos nossas ações”, sintetizou Sinhasique.
Câmara Técnica da Construção Civil
Com a proposta de contribuir para fortalecer e reaquecer um dos principais setores produtivos do Estado, a Câmara Técnica da Construção Civil terá trabalho de sobra. É o que preveem Roberto Caldas de Andrade, PHD em Engenharia Civil e especialista em Estruturas, e Wellington Repette, doutor em Engenharia Civil e especialista em Materiais e Construção.
Ambos professores da UFSC, eles também foram trazidos ao Acre pelo Fórum de Desenvolvimento para contribuir nas atividades da Câmara Técnica. Antes de apresentarem um cenário e mostrarem as tendências do segmento no Brasil e no mundo, eles visitaram construtoras do Estado por dois dias para terem mais informações sobre a situação do setor em nível local.
“De início, identificamos gargalos técnicos, pois alguns materiais não são disponíveis, ou têm custo muito elevado, restrições de equipamentos, peculiaridades geológicas e geotécnicas em relação ao solo. Tudo isso obriga a buscarmos soluções que sejam mais adequadas à região, de tal maneira que resulte em uma melhor qualidade das construções em geral e a diminuir custos”, comentou Wellington Repette.
“Visitamos algumas construtoras e vimos uma situação que precisa melhorar bastante. Muitos empresários estão com seus maquinários parados. Um momento realmente adverso, no entanto, entendemos que em períodos de crise podemos trazer inovações para melhorar o sistema como um todo”, complementou Roberto Caldas.
Representante do Sinduscon, o empresário Sérgio Nakamura também fez uma apresentação na reunião de instalação da Câmara Técnica, detalhando as peculiaridades e dificuldades de se construir no Acre.
Presidente do Fórum de Desenvolvimento e da FIEAC, José Adriano, explicou que a proposta câmaras técnicas é envolver todos os atores de cada segmento dentro de um único projeto, visando o bem do Estado, da sociedade, e, ainda, com intenção de despertar e estimular os empreendedores.
“Estou muito feliz e acreditamos que esse trabalho dará bastante retorno. Precisamos melhorar a comunicação entre os atores desses segmentos, pois o Estado passa por um momento em que precisamos repensar nossos caminhos para deixarmos um legado para nossos filhos e netos. Não podemos perder mais tempo trabalhando de forma dispersa. Esperamos integrar toda a comunidade acadêmica nessas ações. Quem tem que dar soluções para nossos problemas somos nós”, enfatizou José Adriano. E concluiu: “Todos gostamos de olhar para a China e Emirados Árabes como nações que têm os maiores PIBs e economias crescentes, e os motivos são: investimentos permanentes e maciços na construção civil”.
“Estou muito feliz e acreditamos que esse trabalho dará bastante retorno. Precisamos melhorar a comunicação entre os atores desses segmentos, pois o Estado passa por um momento em que precisamos repensar nossos caminhos para deixarmos um legado para nossos filhos e netos. Não podemos perder mais tempo trabalhando de forma dispersa. Esperamos integrar toda a comunidade acadêmica nessas ações. Quem tem que dar soluções para nossos problemas somos nós”, enfatizou José Adriano. E concluiu: “Todos gostamos de olhar para a China e Emirados Árabes como nações que têm os maiores PIBs e economias crescentes, e os motivos são: investimentos permanentes e maciços na construção civil”.