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    Indústria da construção começa o ano mais otimista, diz CNI

    Indústria da construção começa o ano mais otimista, diz CNI

    Pesquisa mostra que a elevada carga tributária, a falta de demanda, o excesso de burocracia e os juros altos foram os principais problemas enfrentados pelo setor no último trimestre de 2018


    Os empresários da indústria da construção começaram 2019 otimistas e apostam no aumento do nível de atividade, do emprego, dos novos empreendimentos e serviços e da compra de insumos e matérias-primas nos próximos seis meses. Todos os indicadores de confiança do setor melhoraram em janeiro, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta segunda-feira (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

    O índice de expectativas sobre o nível de atividade subiu para 58,4 pontos, o de novos empreendimentos e serviços aumentou para 58,1 pontos, o de número de empregados alcançou 56,1 pontos e o de compra de insumos e matérias-primas atingiu 56,5 pontos. Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando estão acima dos 50 pontos mostram que os empresários estão confiantes.

    A disposição para investir também melhorou. O índice de intenção de investimentos aumentou para 38 pontos neste mês, o maior nível desde janeiro de 2014. De acordo com a pesquisa da CNI, o indicador cresceu 5,5 pontos de outubro para janeiro. Com a melhora significativa ao longo do quarto trimestre de 2018, o índice está acima da média histórica de 33,6 pontos. O indicador varia de zero a cem pontos, quando maior o índice, maior a disposição para investir.

    A pesquisa mostra ainda que o Índice de Confiança do Empresário da Construção (ICEI-Construção) alcançou 63,7 pontos em janeiro e está muito acima da média histórica de 53,1 pontos. Todos os componentes do ICEI-Construção melhoraram em janeiro frente a dezembro. Mas, pela primeira vez desde 2014, os empresários do setor estão otimistas com as condições atuais dos negócios. O índice de condições atuais subiu para 51,6 pontos, ficando acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança.

    A confiança dos empresários é importante para a recuperação do setor, avalia a economista da CNI Dea Fioravante. Mas a reação da atividade e do emprego depende da melhora das condições do crédito.

    DESEMPENHO EM DEZEMBRO – A atividade e o emprego na indústria da construção tiveram nova queda em dezembro. O índice de nível de atividade recuou para 44,4 pontos e o de emprego caiu para 42,8 pontos. Ambos continuam abaixo da linha divisória dos 50 pontos e mostram queda da atividade e do emprego. O nível de utilização da capacidade de operação ficou em 57% em dezembro, mostrando que o setor operou com elevada ociosidade.

    A CNI observa que o fim do ano é, tradicionalmente, um período fraco para o setor. “O enfraquecimento da atividade neste período do ano é esperado devido ao recesso das festas de fim de ano, que diminui a assiduidade dos empregados e o desempenho das obras do setor”, diz a pesquisa.

    OBSTÁCULOS AO CRESCIMENTO – A elevada carga tributária, com 39,7% das citações, continua liderando a lista dos principais problemas enfrentados pela indústria da construção no quarto trimestre de 2018. Em seguida, com 31,3% das respostas, aparece a demanda interna insuficiente e, em terceiro lugar, com 27,5% das menções, o excesso de burocracia. Os juros altos, a falta de capital de giro e a inadimplência dos clientes também estão entre os principais obstáculos à expansão do setor.

    A situação financeira das empresas também é fonte de insatisfação dos empresários. Mesmo com a pequena melhora registrada entre o terceiro e quarto trimestre de 2018, os indicadores de satisfação com a margem de lucro e com a situação financeira continuam abaixo dos 50 pontos, indicando a frustração dos empresários. O índice de facilidade de acesso ao crédito ficou em 34 pontos, mostrando que as empresas enfrentaram dificuldades de acesso aos financiamentos no último trimestre de 2018.

    Esta edição da Sondagem Indústria da Construção foi feita entre 7 e 17 de janeiro com 493 empresas. Dessas, 167 são pequenas, 218 são médias e 108 são de grande porte.

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