Amanhã, 5, serão renovadas as Gestões Administrativas Direx, e do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae/Acre, CDE. As duas eleições ocorrem no mesmo dia e a disputa será por votação aberta pelos quinze membros titulares do atual conselho, nos cargos de Presidente do Conselho, Diretor Superintendente, Diretor Administrativo e Diretor Financeiro.

A presidência do conselho sempre foi ocupada pelas Federações, obedecendo um rodízio acordado - como acontece nos demais “Sebraes” em todo o Brasil. A diferença aqui sempre foram os cargos executivos da diretoria, e, por isso, sempre estiveram na mira dos governos do Estado, nos últimos vinte anos.

O Sebrae é mais uma das unidades do Sistema S, que se mantém com recursos privados e tem, na sua principal atribuição, o apoio a micro e pequena empresa. Isso explica o fato de as gestões Brasil a fora estarem sempre com gestores indicados pelo setor privado, justamente pra evitar os desvios de finalidades ou fisiologismos políticos.

A oportunidade que se avista é, inegavelmente, uma esperança de recuperarmos o controle do setor produtivo do Acre. O Sebrae é uma instituição estratégica para o desenvolvimento do nosso País e deverá se preocupar em proteger, exclusivamente, o interesse do segmento empresarial de micro e pequenos empreendedores, que carregam esta nação nas costas, por reunir 95 % das empresas ativas.

Na tentativa de partidarizar o processo, alguns torcedores interessados promovem uma campanha, buscando tumultuar e desrespeitando o acordo - que por direito seria o momento da Federação do Comércio, que cedeu a vez em 2014, para a Associação Comercial, representada pelo atual presidente Jurilande Aragão. A Federação das Indústrias do Acre, atendendo a uma provocação da Fecomércio, idêntica à aceitação pela Associação Comercial naquela oportunidade, concordou em trocar de posição e ocupar o cargo neste momento, já que pela ordem, após 2022, seria a vez da FIEAC.

Temos uma oportunidade, repito, uma vez que mesmo antes das eleições o Governador eleito se comprometeu em apoiar a independência do Sebrae, e, portanto, não acredito em intervenção política de sua parte. O que existe mesmo são interesses de diversos atores, que não são poucos, falando em nome do futuro governo, ação que ele mesmo procurou deixar claro que desautoriza, em recente mídia impressa. Esperamos contar com o bom senso e a retidão de caráter características dos concorrentes, no cumprimento dos compromissos assumidos, em nome da independência do nosso setor produtivo.

*José Adriano é Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre