Fundada em um momento em que o ciclo da borracha já estava em declínio, a economia do Acre era frágil. O emprego no setor público tornara-se a principal fonte de renda da maioria da população ativa.
É nessa época que fazendeiros do sul do Brasil, principalmente, paulistas começam a encarar o Acre como região privilegiada para a formação de grandes fazendas de gado. Terras baratas, condições apropriadas para a pecuária, possibilidades de conjugar a atividade com a exploração madeireira.
O pioneirismo de um grupo determinado a promover a indústria como instrumento seguro para o desenvolvimento econômico começa a ganhar força, a superar os obstáculos, a sensibilizar as autoridades. Lançada a semente, adubada com a garra desses pioneiros, os primeiros frutos não tardam a amadurecer.
O sonho da criação de uma federação de indústria foi adiado durante mais de uma década. Trabalhando com tenacidade para alcançar esse objetivo, empresários industriais começaram a desenvolver ações, logo a partir de 1973, para se organizar em associações de classe, por grupo de atividades. Pela legislação daquela época, era o primeiro passo para a criação de sindicatos patronais. Exigia-se, também, um mínimo de cinco sindicatos para viabilizar uma instituição autônoma. Nesse período, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) tinha sua jurisdição estendida ao Acre.
Não foi um processo fácil, mas após o reconhecimento oficial de cinco sindicatos, estavam reunidas as condições para implantar a Federação das Indústrias do Estado do Acre e, consequentemente, o desligamento da jurisdição da FIEAM – que sempre agiu como maior incentivadora para se alcançar essa independência. O primeiro sindicato a se organizar foi o da Indústria da Construção Civil do Estado do Acre (Sinduscon), em 1985, seguido pelo Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Acre (Sindpan), em 1986. Em 1987, foi homologada a instituição do Sindicato da Indústria de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Madeiras Compensadas e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibras de Madeira do Estado do Acre (Sindusmad). Ainda em 1987, ganha forma o Sindicato de Olaria do Estado do Acre (Sindoac), e, em 1988, é reconhecido o estatuto do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Acre (Sindigraf).
Finalmente, em 7 de julho de 1988, os representantes sindicais, reunidos em assembleia geral, aprovam a fundação da entidade, que tem como presidente provisório, escolhido em escrutínio secreto, o empresário da construção civil, Naildo Carlos de Assis. Em 10 de dezembro do mesmo ano, a FIEAC elege, enfim, a sua primeira diretoria liderada pelo também empresário da construção civil, Jorge Wanderlau Tomás.
Assim, a FIEAC passa a desempenhar um papel preponderante no desenvolvimento do Acre. Torna-se um forte e fiel parceiro do poder público para a aplicação de políticas capazes de oferecer melhor qualidade de vida não só aos industriários como à comunidade acreana em geral. Hoje, a FIEAC congrega 10 sindicatos patronais da indústria, que representam empresas em todo o estado. Empreendedores que geram emprego e renda e são responsáveis por mais de 20% do PIB acreano. Atualmente, há 1.064 indústrias no Acre, que empregam mais de 16 mil trabalhadores.
Atuando com sinergia, as entidades do Sistema FIEAC (SESI, SENAI e IEL) estão voltadas à promoção de um ambiente favorável aos negócios, à qualidade de vida e educação do industriário e ao estímulo à inovação. Mantida e administrada pelo setor industrial com os mesmos parâmetros das melhores empresas privadas, a FIEAC e as instituições que a compõem são um dos alicerces da competitividade industrial acreana
Presidida, também, por João Oliveira de Albuquerque, João Francisco Salomão e pelo saudoso Carlos Takashi Sasai, assumimos a direção da FIEAC há um ano e sabemos que existem muitos desafios a serem superados. Temos de colocar a FIEAC como protagonista no processo de definição de políticas públicas, bem como no de participar ativamente nas discussões de temas voltados ao desenvolvimento do Acre.
Sei que a minha responsabilidade de ser representante da indústria acreana é imensa, mas estamos otimistas. Entendemos que o momento é de grande dificuldade, mas temos consciência de que unidos e coesos seremos capazes de mudar essa realidade. Para tanto, mantemos uma relação estreita de confiança com os Executivos Estadual e Municipal, bem como com os parlamentares acreanos.
*José Adriano Ribeiro da Silva é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC).