Não foi um processo fácil. Pressões políticas feitas por ambientalistas que se opunham à classe empresarial levaram lideranças dos sindicatos da construção civil, panificação, cerâmico, madeireiro e gráfico a se unir em defesa de interesses do setor industrial acreano. Dessa união, surgiu a Federação das Indústrias do Estado do Acre - FIEAC, hoje respeitada não só por defender a classe, mas por ser uma das instituições que mais contribuem para o desenvolvimento econômico e social do estado. Porém, o propósito da criação de uma entidade representativa de indústria foi adiado durante mais de dez anos.
Em virtude disso, empresários desbravadores de um setor ainda engatinhante puderam galgar cuidadosamente os degraus que conduziram a futura instituição ao patamar de líder do setor empresarial acreano. Seus 29 anos de trajetória são apenas o início de um caminho longo, porém bem fundamentado, de luta e promoção dos interesses do setor produtivo regional, desempenhando ações com vistas ao desenvolvimento sustentável e fortalecimento da economia.
A semente é forte. Em sua origem, após validar e arregimentar os sindicatos representativos dos segmentos industriais locais, a FIEAC passou a existir, de fato e de direito, em 7 de julho de 1988, tendo como presidente provisório, escolhido em escrutínio secreto, o empresário da construção civil, Naildo Carlos de Assis. Em 10 de dezembro do mesmo ano, a instituição elege sua primeira diretoria liderada por Jorge Wanderlau Tomás. Na sequência, assumiram a presidência da instituição, os empresários João Albuquerque, João Salomão e o saudoso amigo Carlos Sasai.
Todos eles fazem parte da história da FIEAC. Eles lideraram ações que estimularam empreendimentos a elevar sua competitividade e a qualidade dos seus produtos a inovar em seus processos, a investir no aumento da produção, a criar empregos e gerar renda.
Hoje, a instituição mantém um diálogo aberto e permanente com o governo e o legislativo. Sugere políticas públicas, propõe medidas e o aperfeiçoamento de leis que fortaleçam o setor produtivo e modernizem o Estado. Também desenvolve programas, atividades e serviços que estimulam a inovação de produtos, processos e gestão e ajudam as empresas a conquistar novos mercados.
O projeto “Arco do Desenvolvimento” - coordenado pela FIEAC é um exemplo disto. Estamos incentivando a atração de investimentos aos municípios, por meio de ações que promovam um ambiente propício para cada região se desenvolver através de formulação de propostas e incentivando políticas públicas.
Um dos grandes desafios que temos na instituição é contribuir para que os 10 sindicatos filiados à FIEAC sejam cada vez mais aptos a exercerem seu papel institucional. E, para isto, temos promovido ações de defesa de interesse, capacitação para empresários e dirigentes sindicais,promoção de encontros setoriais, articulação com entidades parceiras, cursos e apoio direto à gestão, entre outras opções.
No ano passado, implantamos o “Condomínio Sindical”, que visa compartilhar recursos - humanos, materiais e físicos -, executam processos similares e dividem custos, com o objetivo de aprimorar sua atuação. Já temos resultados bastantes positivos.
Ao longo dos últimos anos, ampliamos a oferta dos nossos serviços ao interior. A ideia é levar as atividades do Sistema Indústria no Acre, garantindo condições de oferta de serviços de educação e qualificação profissional, capacitação empresarial, apoio à inovação e saúde e segurança do trabalhador, além de fortalecer a representação empresarial no município. Este projeto teve início em 2013 e já passou pelos municípios de Brasileia, Tarauacá, Feijó, Sena Madureira, Acrelândia e Senador Guiomard realizando quase 10 mil atendimentos.
Por outro lado, criamos um ambiente, denominado “Fórum Permanente de Desenvolvimento do Acre”, que reúne os diversos segmentos econômicos para atuar de maneira integrada e de modo a efetivar um pacto para o desenvolvimento do Estado.
Além dos projetos, parcerias, convênios, os trabalhos desempenhados por cada presidente da FIEAC constituem novos rumos para a economia acreana. Sabemos que a responsabilidade de ser representante da indústria acreana é imensa, mas somos otimistas. Entendemos que o momento é de crise, mas temos consciência de que unidos e coesos seremos capazes de mudar essa realidade, e a FIEAC continuará desempenhando sua missão de representar e defender o setor industrial.
*José Adriano Ribeiro da Silva é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre.