O Dia da Indústria – 25 de maio – suscita importante reflexão sobre o quanto o setor é decisivo para o Brasil vencer a presente crise e ingressar num ciclo perene e seguro de crescimento, multiplicando empresas e postos de trabalho e melhorando a distribuição de renda.
Neste contexto, é importante fazermos um panorama da indústria acreana. A Federação das Indústrias do Estado do Acre representa dez sindicatos. Juntos, somos geradores de mais de 16 mil empregos diretos.
Somos responsáveis pelo bem-estar destas famílias. A indústria acreana responde por 14,27% dos empregos formais gerados no Acre. O trabalho desenvolvido impacta nos segmentos de serviço e comércio, que respondem por 22,68%, respectivamente, dos empregos gerados.
Hoje, a iniciativa privada é responsável por 56,87% dos empregos, contra 43,23% da administração pública. Os números são importantes, mas sabemos que estamos diante de um cenário econômico bastante delicado. Precisamos garantir uma agenda mínima, que nos permita enfrentar as dificuldades de governabilidade e que possibilite prover as demandas de modernização econômica, política e institucional.
Na verdade, temos os diagnósticos. Precisamos, agora, é de ação, de construção de consensos, de firme decisão política para fazer, com rapidez, as mudanças normativas e legislativas de que o país necessita. O Brasil é maior do que qualquer crise.
Os desajustes do Estado brasileiro estão na raiz desse desempenho econômico muito aquém do nosso potencial. Alguns desses desajustes são facilmente identificados: 1) Um Estado mal dimensionado e burocrático; 2) Regras que estimulam o crescimento contínuo dos gastos públicos e pressionam o aumento da carga tributária; 3) Insegurança jurídica; 4) Paralisia decisória, indefinição de prioridades e agendas que não evoluem; 5) Incapacidade de prover serviços eficientes nas atividades básicas do Estado; e 6) Regulações excessivas e ineficientes, que estimulam a burocracia e a corrupção.
Tudo isso tem um enorme impacto na qualidade de vida das pessoas e na produtividade, que é a forma primordial de promoção do crescimento sustentado. A expansão econômica de longo prazo depende criticamente da produtividade e da inovação.
O que vemos é que no Brasil existe uma conjugação de fatores em favor da ineficiência. O setor público necessita mudar para ser eficaz. A sociedade precisa de um Estado que gere resultados, não de um que produza problemas em escala industrial.
O momento exige transformações abrangentes. É preciso que o setor público se comprometa com uma profunda melhoria do ambiente de negócios no Brasil. A agenda passa pelo reequilíbrio macroeconômico, pois a estabilidade e a previsibilidade são condições fundamentais para o crescimento. Mas, o ajuste precisa ser rápido e cirúrgico para minimizar os custos que o acompanham.
Nessa agenda, é fundamental sustar iniciativas que agravem o quadro fiscal de longo prazo, aumentem custos para as empresas, deteriorem as condições de competitividade e gerem incertezas sobre o futuro.
A indústria é o segmento produtivo que mais sofre o impacto negativo do ambiente recessivo que domina nossa economia. A queda de demanda e as condições de competitividade terminam por reduzir a produção e o emprego, desestimulando o investimento e minando nossa confiança.
Ser empresário, nesse ambiente, é um desafio muito difícil. Os obstáculos tributários e trabalhistas travam o espírito empreendedor e retiram as condições de se produzir mais e de gerar empregos. A burocracia sufocante impõe exigências descabidas. e onerosas às nossas empresas, mesmo em momentos de dificuldades.
Considerando a importância macroeconômica do setor e a sua relevante atuação em prol de uma sociedade melhor e um país mais desenvolvido, o Dia da Indústria deve ser comemorado com ênfase. E não apenas pelas fábricas, seus diretores e funcionários, mas por todos os acreanos e brasileiros que almejam o desenvolvimento.
Devemos manter o otimismo e a confiança no nosso país. Este momento adverso certamente passará com o nosso trabalho e a nossa união.
*José Adriano Ribeiro da Silva é o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC).